Ao
contrário do que quase todos pensavam, Doug não nos abandonou.
Hoje de
tarde ele voltou com um novo plano.
Quando todos
pensavam que morreriam ali, vencidos pela exaustão ou por aqueles zumbis
tentando sair, Doug apareceu novamente com o jipe, todo heroico.
Estava
conversando com ele agora a pouco e ele me disse tudo o que fez só para voltar
aqui e nos salvar.
Quando
ficamos presos aqui, Doug viu o que estava acontecendo e não pôde fazer nada.
Então lembrou-se do forte em que estávamos, onde havia muitas armas e granadas.
Granadas.
Era tudo o que precisávamos.
Ele disse
que não tinha muita esperança de encontrar alguma coisa ainda lá, já que havia
outro grupo que também partiu de lá assim como nós, que poderiam ter levado
tudo.
Quando
chegou começou a procurar desorientado por alguma delas. Havia muita tralha
espalhada e pessoas mortas já em decomposição espalhadas pelo chão. Tampando o
nariz, foi em direção à fábrica, onde avistou dois zumbis rondando. Com o
máximo de silêncio, procurou se havia alguma granada por ali.
Nada.
Saiu
novamente e, quando estava quase desistindo da ideia das granadas, viu o malote
no qual as armas eram guardadas. Estava derrubado no chão e ao seu lado havia
algumas pistolas caídas. Pegou as quatro pistolas que havia ali e olhou dentro
do malote.
Parece que
a sorte sorriu para nós.
Bem
escondido, havia um pequeno artefato redondo. Doug o pegou e na hora não
conseguiu acreditar.
Era uma
maldita granada mesmo!
Nem em mil
anos eu teria uma sorte como essa.
Parece que
toda minha vida ferrada e azarenta está se redimindo neste apocalipse.
Doug pegou
aquilo como se fosse um bebê e, sorridente, foi até o carro.
Isso foi
no mesmo dia em que entramos aqui.
Perguntei-lhe
o porquê da demora a voltar, e ele me disse que nem tudo foi um mar de rosas.
Quando
estava saindo com o jipe, viu muitos zumbis se aproximando por todos os lados e
não viu outra opção senão procurar algum lugar para se esconder até que eles
passassem. Aproveitou que nenhum deles tinha o visto e dirigiu-se para dentro
da fábrica. Com a besta em mãos, derrubou os dois zumbis que havia ali, pegou
as flechas novamente e se escondeu por dois dias. Em sua mochila tinha comida o
suficiente por vários dias para ele, então não teria problema.
Quando
saiu novamente, restavam apenas alguns deles longe e apenas um permanecia no
pátio da fábrica. Doug deu-lhe uma flechada certeira, pegou o jipe e veio nos
encontrar novamente, que foi hoje.
Quando o
vimos se aproximando foi incrível. A sensação de ter alguém vindo para te
salvar é sufocante, você sente uma euforia anormal percorrer todo seu corpo.
Doug
atraiu os zumbis com a buzina do jipe mais uma vez e, bem devagar, foi esperando
para que todos, ou quase todos, estivessem o seguindo.
Quando viu
a multidão atrás dele, pegou a granada, puxou o pino e atirou em direção a
eles. Pisou no acelerador e deixou as criaturas comerem a explosão.
Foi
incrível ver os pedaços daqueles malditos voando para todos os lados. Nunca
pensei que chegaria a ficar feliz em ver algo desse tipo, mas não posso evitar.
Eram eles ou nós.
A partir
daí, tínhamos de ser rápidos. Essa explosão devia ter chamado todo e qualquer
zumbi em um raio de 5 km no mínimo.
Doug subiu
até onde estávamos atirando em todo zumbi que não foi atingido pela explosão.
Alguns tiros de pistola não mudaria nada, visto que a explosão já tinha feito
todo o trabalho de atrair mais zumbis para lá. Quando chegou até a nossa porta,
abrimos e saímos o mais rápido possível, subimos no jipe e dirigimos sem parar
até sair da cidade.
Se tem
algo que aprendemos é que a cidade é um lugar muito, mas muito perigoso para se
ficar. De qualquer forma, uma hora ou outra teremos que voltar para pegar
suprimentos. Mas isso veremos mais tarde.
Agora
estamos “acampados” em uma pequena campina que avistamos no em uma plantação.
Não há nenhuma casa por perto, consequentemente não há nenhum zumbi.
Para que
não fiquemos desprotegidos, Doug se ofereceu para ficar de vigília, já que
ninguém de nós dormiu nos últimos dois dias.
Falei para
Doug que não tinha palavras para expressar meu agradecimento. Já Alicia nem
precisou de palavras, quando deu tempo, tascou um beijo em Doug que deu inveja
até em mim. Mas ele merece. Ele foi um VERDADEIRO herói hoje.
Nenhum comentário:
Postar um comentário