terça-feira, 19 de junho de 2012

19 de Junho

Ao contrário do que quase todos pensavam, Doug não nos abandonou.
Hoje de tarde ele voltou com um novo plano.
Quando todos pensavam que morreriam ali, vencidos pela exaustão ou por aqueles zumbis tentando sair, Doug apareceu novamente com o jipe, todo heroico.
Estava conversando com ele agora a pouco e ele me disse tudo o que fez só para voltar aqui e nos salvar.
Quando ficamos presos aqui, Doug viu o que estava acontecendo e não pôde fazer nada. Então lembrou-se do forte em que estávamos, onde havia muitas armas e granadas.
Granadas. Era tudo o que precisávamos.
Ele disse que não tinha muita esperança de encontrar alguma coisa ainda lá, já que havia outro grupo que também partiu de lá assim como nós, que poderiam ter levado tudo.
Quando chegou começou a procurar desorientado por alguma delas. Havia muita tralha espalhada e pessoas mortas já em decomposição espalhadas pelo chão. Tampando o nariz, foi em direção à fábrica, onde avistou dois zumbis rondando. Com o máximo de silêncio, procurou se havia alguma granada por ali.
Nada.
Saiu novamente e, quando estava quase desistindo da ideia das granadas, viu o malote no qual as armas eram guardadas. Estava derrubado no chão e ao seu lado havia algumas pistolas caídas. Pegou as quatro pistolas que havia ali e olhou dentro do malote.
Parece que a sorte sorriu para nós.
Bem escondido, havia um pequeno artefato redondo. Doug o pegou e na hora não conseguiu acreditar.
Era uma maldita granada mesmo!
Nem em mil anos eu teria uma sorte como essa.
Parece que toda minha vida ferrada e azarenta está se redimindo neste apocalipse.
Doug pegou aquilo como se fosse um bebê e, sorridente, foi até o carro.
Isso foi no mesmo dia em que entramos aqui.
Perguntei-lhe o porquê da demora a voltar, e ele me disse que nem tudo foi um mar de rosas.
Quando estava saindo com o jipe, viu muitos zumbis se aproximando por todos os lados e não viu outra opção senão procurar algum lugar para se esconder até que eles passassem. Aproveitou que nenhum deles tinha o visto e dirigiu-se para dentro da fábrica. Com a besta em mãos, derrubou os dois zumbis que havia ali, pegou as flechas novamente e se escondeu por dois dias. Em sua mochila tinha comida o suficiente por vários dias para ele, então não teria problema.
Quando saiu novamente, restavam apenas alguns deles longe e apenas um permanecia no pátio da fábrica. Doug deu-lhe uma flechada certeira, pegou o jipe e veio nos encontrar novamente, que foi hoje.
Quando o vimos se aproximando foi incrível. A sensação de ter alguém vindo para te salvar é sufocante, você sente uma euforia anormal percorrer todo seu corpo.
Doug atraiu os zumbis com a buzina do jipe mais uma vez e, bem devagar, foi esperando para que todos, ou quase todos, estivessem o seguindo.
Quando viu a multidão atrás dele, pegou a granada, puxou o pino e atirou em direção a eles. Pisou no acelerador e deixou as criaturas comerem a explosão.
Foi incrível ver os pedaços daqueles malditos voando para todos os lados. Nunca pensei que chegaria a ficar feliz em ver algo desse tipo, mas não posso evitar. Eram eles ou nós.
A partir daí, tínhamos de ser rápidos. Essa explosão devia ter chamado todo e qualquer zumbi em um raio de 5 km no mínimo.
Doug subiu até onde estávamos atirando em todo zumbi que não foi atingido pela explosão. Alguns tiros de pistola não mudaria nada, visto que a explosão já tinha feito todo o trabalho de atrair mais zumbis para lá. Quando chegou até a nossa porta, abrimos e saímos o mais rápido possível, subimos no jipe e dirigimos sem parar até sair da cidade.
Se tem algo que aprendemos é que a cidade é um lugar muito, mas muito perigoso para se ficar. De qualquer forma, uma hora ou outra teremos que voltar para pegar suprimentos. Mas isso veremos mais tarde.
Agora estamos “acampados” em uma pequena campina que avistamos no em uma plantação. Não há nenhuma casa por perto, consequentemente não há nenhum zumbi.
Para que não fiquemos desprotegidos, Doug se ofereceu para ficar de vigília, já que ninguém de nós dormiu nos últimos dois dias.
Falei para Doug que não tinha palavras para expressar meu agradecimento. Já Alicia nem precisou de palavras, quando deu tempo, tascou um beijo em Doug que deu inveja até em mim. Mas ele merece. Ele foi um VERDADEIRO herói hoje.

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