Estamos
encurralados. Que fantástico, era tudo o que faltava!
Também não
posso reclamar, o nosso plano para salvar aquelas pessoas de cima da
videolocadora era totalmente imbecil e as chances de sucesso quase nulas. Porém,
estamos aqui. Metade do plano funcionou, agora só precisamos sair daqui, o que
pode ser uma missão suicida.
Nosso
plano inicial era o seguinte: Doug se encarregaria de distrair os zumbis que
estavam na rua enquanto eu e Chrissy ajudávamos as pessoas a sair. Para que
eles entendessem, contornamos a videolocadora e subimos no prédio vizinho e de
lá Doug gritou o plano para eles.
Descemos
do prédio e Doug foi para o jipe. Quando chegou à rua em que estavam os zumbis,
começou a buzinar para chamar sua atenção. Neste momento Chrissy e eu estávamos
no beco ao lado, esperando que todos o seguissem. Quando o último zumbi
virou-se para perseguir Doug no jipe, nós saímos em direção à porta.
Batemos
para que abrissem, mas estava demorando muito. A porta era de metal e fazia um
barulho alto. Os últimos zumbis a saírem ouviram nossas batidas e começaram a
voltar. Foi questão de segundos para que metade deles voltassem, sedentos, para
nos pegar. Quando estavam a menos de 4 metros de nós ouvimos um clac na porta. As quatro pessoas estavam
paradas prontas para sair, mas não havia tempo. Os zumbis já estavam quase nos
encostando e no calor do momento não vimos outra opção se não entrar na droga
do lugar. Lembro-me de ter pensado que não era uma boa ideia.
E não foi.
Assim que
passamos da porta, rapidamente tentamos fechá-la, mas já havia um par de braços
daqueles nojentos para dentro. Empurramos com força até quase rasgar seus
braços, mas eles não davam trégua. Um homem do grupo dos que estavam na
videolocadora falou para cessarmos e correr para o terraço onde havia outra
porta, um pouco mais pesada do que aquela, que impediria que os zumbis conseguissem
derrubar e nos daria algum tempo para conseguir fechá-la. Largamos a porta e saímos
correndo em direção às escadas para o terraço. No momento em que paramos de
forçar a porta, eles simplesmente se lançaram loucamente para dentro, como se,
em circunstâncias normais, fôssemos um prêmio de 1 bilhão de reais que estava
fugindo.
Quando
chegamos lá em cima, ligeiramente fecharam a pesada porta e colocaram uma
grossa barra de ferro para bloqueá-la.
E estamos
aqui desde então.
Não há
condições de ficarmos aqui por muito tempo. Na mochila de Chrissy havia algumas
garrafas d’água e alguns enlatados, o suficiente para uma refeição para todos
nós. Depois disso estaremos de volta à estaca zero, sem comida e sem água.
Doug ainda
está lá fora.
A dúvida agora
é: Depois de tudo o que passamos, será que ele se atreverá a fugir, nos deixando
morrer em cima deste prédio?
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