domingo, 17 de junho de 2012

17 de Junho


Estamos encurralados. Que fantástico, era tudo o que faltava!
Também não posso reclamar, o nosso plano para salvar aquelas pessoas de cima da videolocadora era totalmente imbecil e as chances de sucesso quase nulas. Porém, estamos aqui. Metade do plano funcionou, agora só precisamos sair daqui, o que pode ser uma missão suicida.
Nosso plano inicial era o seguinte: Doug se encarregaria de distrair os zumbis que estavam na rua enquanto eu e Chrissy ajudávamos as pessoas a sair. Para que eles entendessem, contornamos a videolocadora e subimos no prédio vizinho e de lá Doug gritou o plano para eles.
Descemos do prédio e Doug foi para o jipe. Quando chegou à rua em que estavam os zumbis, começou a buzinar para chamar sua atenção. Neste momento Chrissy e eu estávamos no beco ao lado, esperando que todos o seguissem. Quando o último zumbi virou-se para perseguir Doug no jipe, nós saímos em direção à porta.
Batemos para que abrissem, mas estava demorando muito. A porta era de metal e fazia um barulho alto. Os últimos zumbis a saírem ouviram nossas batidas e começaram a voltar. Foi questão de segundos para que metade deles voltassem, sedentos, para nos pegar. Quando estavam a menos de 4 metros de nós ouvimos um clac na porta. As quatro pessoas estavam paradas prontas para sair, mas não havia tempo. Os zumbis já estavam quase nos encostando e no calor do momento não vimos outra opção se não entrar na droga do lugar. Lembro-me de ter pensado que não era uma boa ideia.
E não foi.
Assim que passamos da porta, rapidamente tentamos fechá-la, mas já havia um par de braços daqueles nojentos para dentro. Empurramos com força até quase rasgar seus braços, mas eles não davam trégua. Um homem do grupo dos que estavam na videolocadora falou para cessarmos e correr para o terraço onde havia outra porta, um pouco mais pesada do que aquela, que impediria que os zumbis conseguissem derrubar e nos daria algum tempo para conseguir fechá-la. Largamos a porta e saímos correndo em direção às escadas para o terraço. No momento em que paramos de forçar a porta, eles simplesmente se lançaram loucamente para dentro, como se, em circunstâncias normais, fôssemos um prêmio de 1 bilhão de reais que estava fugindo.
Quando chegamos lá em cima, ligeiramente fecharam a pesada porta e colocaram uma grossa barra de ferro para bloqueá-la.
E estamos aqui desde então.
Não há condições de ficarmos aqui por muito tempo. Na mochila de Chrissy havia algumas garrafas d’água e alguns enlatados, o suficiente para uma refeição para todos nós. Depois disso estaremos de volta à estaca zero, sem comida e sem água.
Doug ainda está lá fora.
A dúvida agora é: Depois de tudo o que passamos, será que ele se atreverá a fugir, nos deixando morrer em cima deste prédio?

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