quinta-feira, 14 de junho de 2012

14 de Junho


Mais um dia miserável. Percorremos mais algumas partes da cidade e o que vimos não foi diferente, com a exceção de que quase fui morto.
Estávamos rodando com o jipe como de costume e quando viramos em uma determinada esquina nos deparamos com uma verdadeira multidão de zumbis sedentos pela carne de 4 pessoas que estavam no telhado de uma videolocadora. Quase não deu tempo de pararmos a tempo. Se fôssemos para cima deles o jipe teria travado e eles nos pegariam em cheio. Então Doug, que estava dirigindo, quase nos fez capotar com a rapidez com que teve de manobrar para não batermos. Paramos a pouco menos de 10 metros da multidão e o jipe apagou. O medo e o terror quase nos dominaram. Enquanto Doug tentava religá-lo, eu e Chrissy atiramos contra os que mais se aproximavam. Foi uma adrenalina incrível, não achei que sairíamos vivos de lá. Derrubei pelo menos 6 deles antes que pudessem chegar perto demais, Chrissy fez a mesma coisa. Virei para falar a Doug que agisse mais rápido, pois não tínhamos muito tempo e quando virei de volta, dei de cara com um deles e aquela boca podre tentando arrancar minha carne. Era um homem jovem e, pela aparência, não fazia muito tempo que foi transformado. Meu corpo todo gelou. O desgraçado agarrou meu braço e minha arma caiu no banco traseiro do jipe. Nesse momento minha esperança de sobreviver já quase não existia. Tentei afastá-lo e retirar meu braço de suas mãos, mas ele era muito forte. O que eles têm de lerdeza, compensam em força. Ele apertou com tanta força que pensei que iria arrancar meu braço ali mesmo. Fiz de tudo para tirar ele de perto de mim antes que suas unhas penetrassem na minha pele, e aí já era para mim, em poucas horas eu viraria um deles. Segurei-o pelo cabelo para evitar que me mordesse. Tudo ocorreu tão depressa que quando Chrissy viu o que estava acontecendo, Doug já havia conseguido ligar o jipe e estava dando a partida. Aquele zumbi ainda estava me segurando, gritei para que Chrissy me ajudasse antes que fosse tarde demais. Ela então pegou sua pistola e aproximou da cabeça do maldito, para que não corresse o risco de me acertar. Puxou o gatilho e um enorme jorro de sangue escuro emanou da parte lateral de sua cabeça. Foi horrível, me senti como um gatinho, totalmente indefeso. Depois disso fiquei em choque por alguns minutos. Pude ouvir as pessoas de cima do telhado gritando por ajuda, para que não os abandonassem. Sinto muito, mas eu passei muito perto de uma morte brutal, seria difícil salvá-los naquela condição. Ouvi Chrissy gritando que voltaríamos amanhã para tentar resgatá-los.
Meu braço está muito dolorido. Está com hematomas bem feios. Pelo menos aquele merda não conseguiu me infectar. Doug estava preocupado com isso, ficou desconfiado de mim e analisou meu braço ele mesmo. Chrissy está cuidando de mim, o que é estranho porque ela parece não fazer muito o tipo que cuida dos outros. Agradeci a ela por ter me salvado e por estar me ajudando com o braço. Ela disse para eu ficar mais atento da próxima vez e não cometer esses pequenos erros. Qualquer descuido pode ser mortal, e quase foi mesmo.
Amanhã teremos que voltar para ver se podemos salvar aquelas pessoas de cima da videolocadora. Espero que meu braço melhore até lá.

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