Mais um
dia miserável. Percorremos mais algumas partes da cidade e o que vimos não foi
diferente, com a exceção de que quase fui morto.
Estávamos
rodando com o jipe como de costume e quando viramos em uma determinada esquina
nos deparamos com uma verdadeira multidão de zumbis sedentos pela carne de 4 pessoas
que estavam no telhado de uma videolocadora. Quase não deu tempo de pararmos a
tempo. Se fôssemos para cima deles o jipe teria travado e eles nos pegariam em
cheio. Então Doug, que estava dirigindo, quase nos fez capotar com a rapidez
com que teve de manobrar para não batermos. Paramos a pouco menos de 10 metros
da multidão e o jipe apagou. O medo e o terror quase nos dominaram. Enquanto
Doug tentava religá-lo, eu e Chrissy atiramos contra os que mais se
aproximavam. Foi uma adrenalina incrível, não achei que sairíamos vivos de lá.
Derrubei pelo menos 6 deles antes que pudessem chegar perto demais, Chrissy fez
a mesma coisa. Virei para falar a Doug que agisse mais rápido, pois não
tínhamos muito tempo e quando virei de volta, dei de cara com um deles e aquela
boca podre tentando arrancar minha carne. Era um homem jovem e, pela aparência,
não fazia muito tempo que foi transformado. Meu corpo todo gelou. O desgraçado
agarrou meu braço e minha arma caiu no banco traseiro do jipe. Nesse momento
minha esperança de sobreviver já quase não existia. Tentei afastá-lo e retirar
meu braço de suas mãos, mas ele era muito forte. O que eles têm de lerdeza,
compensam em força. Ele apertou com tanta força que pensei que iria arrancar
meu braço ali mesmo. Fiz de tudo para tirar ele de perto de mim antes que suas
unhas penetrassem na minha pele, e aí já era para mim, em poucas horas eu
viraria um deles. Segurei-o pelo cabelo para evitar que me mordesse. Tudo ocorreu
tão depressa que quando Chrissy viu o que estava acontecendo, Doug já havia
conseguido ligar o jipe e estava dando a partida. Aquele zumbi ainda estava me
segurando, gritei para que Chrissy me ajudasse antes que fosse tarde demais.
Ela então pegou sua pistola e aproximou da cabeça do maldito, para que não
corresse o risco de me acertar. Puxou o gatilho e um enorme jorro de sangue
escuro emanou da parte lateral de sua cabeça. Foi horrível, me senti como um
gatinho, totalmente indefeso. Depois disso fiquei em choque por alguns minutos.
Pude ouvir as pessoas de cima do telhado gritando por ajuda, para que não os
abandonassem. Sinto muito, mas eu passei muito perto de uma morte brutal, seria
difícil salvá-los naquela condição. Ouvi Chrissy gritando que voltaríamos
amanhã para tentar resgatá-los.
Meu braço
está muito dolorido. Está com hematomas bem feios. Pelo menos aquele merda não
conseguiu me infectar. Doug estava preocupado com isso, ficou desconfiado de
mim e analisou meu braço ele mesmo. Chrissy está cuidando de mim, o que é
estranho porque ela parece não fazer muito o tipo que cuida dos outros.
Agradeci a ela por ter me salvado e por estar me ajudando com o braço. Ela
disse para eu ficar mais atento da próxima vez e não cometer esses pequenos
erros. Qualquer descuido pode ser mortal, e quase foi mesmo.
Amanhã
teremos que voltar para ver se podemos salvar aquelas pessoas de cima da
videolocadora. Espero que meu braço melhore até lá.
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