domingo, 3 de junho de 2012

03 de Junho


Este lugar é bom, tenho que admitir. As pessoas são bem organizadas e hoje vi a forma como se mantém. Contaram-me que a cada três dias os homens saem para procurar suprimentos, em qualquer lugar, até mesmo em casas, sendo essa uma das causas de ter tanta gente aqui, e também foi desse jeito que me encontraram. Eles passam nas casas e aquelas em que ainda restam pessoas, os convidam para juntar-se ao grupo, oferecendo comida, abrigo e proteção, aos que se recusam, desejam-lhes boa sorte e partem, se a casa estiver vazia ou com “hóspedes inesperados”, entram e pegam o que é útil.
Os militares daqui são só pessoas comuns usando um jaleco do exército agora, sem ordens superiores, pois não restou ninguém para os guiar. As pessoas estão todas por conta própria, mas, para que haja um ambiente pacífico, eles têm alguém no “comando”. É um militar, ele sabe bem como comandar as coisas por aqui. Todos têm tarefas para cumprir. Os homens buscam os mantimentos para que as mulheres possam cozinhar, alguns cuidam dos consertos necessários e outros ajudam na segurança, patrulhando. São 9 militares e o restante pessoas normais. Tem dois jipes do exército e armas com bastante munição, incluindo a minha, que pegaram sem permissão. Tudo bem.
As crianças daqui parecem tranquilas com tudo isso. Bom, certamente ainda não entenderam que agora as pessoas viraram mortos-vivos em busca de carne humana. Pobres coitadas... queria eu ter a sua inocência.
Ainda estou meio zonzo por conta do meu acidente, e essa luz do notebook está me deixando com dor de cabeça, sem contar nas pessoas que ficam me olhando escrever aqui, me acham um idiota nerd esquisito.
Tenho que ir.

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