Este lugar é
bom, tenho que admitir. As pessoas são bem organizadas e hoje vi a forma como
se mantém. Contaram-me que a cada três dias os homens saem para procurar suprimentos,
em qualquer lugar, até mesmo em casas, sendo essa uma das causas de ter tanta
gente aqui, e também foi desse jeito que me encontraram. Eles passam nas casas
e aquelas em que ainda restam pessoas, os convidam para juntar-se ao grupo,
oferecendo comida, abrigo e proteção, aos que se recusam, desejam-lhes boa
sorte e partem, se a casa estiver vazia ou com “hóspedes inesperados”, entram e pegam o que é útil.
Os militares
daqui são só pessoas comuns usando um jaleco do exército agora, sem ordens
superiores, pois não restou ninguém para os guiar. As pessoas estão todas por
conta própria, mas, para que haja um ambiente pacífico, eles têm alguém no “comando”.
É um militar, ele sabe bem como comandar as coisas por aqui. Todos têm tarefas
para cumprir. Os homens buscam os mantimentos para que as mulheres possam
cozinhar, alguns cuidam dos consertos necessários e outros ajudam na segurança,
patrulhando. São 9 militares e o restante pessoas normais. Tem dois jipes do
exército e armas com bastante munição, incluindo a minha, que pegaram sem
permissão. Tudo bem.
As crianças daqui
parecem tranquilas com tudo isso. Bom, certamente ainda não entenderam que agora as
pessoas viraram mortos-vivos em busca de carne humana. Pobres coitadas...
queria eu ter a sua inocência.
Ainda estou
meio zonzo por conta do meu acidente, e essa luz do notebook está me deixando
com dor de cabeça, sem contar nas pessoas que ficam me olhando escrever aqui,
me acham um idiota nerd esquisito.
Tenho que
ir.
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