Caralho.
Ainda estou
em choque. Meu Deus, que cena horrível.
Faz poucas
horas que matei pela primeira vez. Se bem que não se pode considerar homicídio,
afinal de contas, aquilo já estava morto. Foi péssimo.
Sabe aquelas
cenas dos filmes em que parece tão fácil e simples matar um zumbi? Bem, não é.
O medo que você fica na frente de um deles, sabendo que ele quer estripar e
comer você, é inigualável. É um medo que deixa você com as pernas totalmente
irregulares, suas mãos tremem muito e é difícil controlar seus movimentos.
Mas
precisava ser feito. Precisava ter sossego novamente.
Noite
passada foi o mesmo transtorno para dormir. Quando levantei, comecei a pensar
em um modo de acabar com aquilo. O plano era um pouco arriscado, mas com boas
chances de dar certo.
Minha
garagem não é muito grande, só cabe o carro e uma prateleira de ferramentas e
utensílios que não uso mais no lado esquerdo da parede. Ali encontrei um
machado, que tempos atrás, pertenceu ao meu pai para cortar lenha.
Pensei que
se eu saísse, outros iriam me ver. Então só me restou uma alternativa: deixá-lo
entrar. Deixei a luz ligada, peguei o controle da garagem em uma
mão, o machado em outra, e me escondi atrás do carro. Apertei o botão para
abrir, só o suficiente para que ele pudesse entrar e eu fechar a garagem novamente. Quando ele entrou, fui me esquivando no lado oposto do carro, sem que ele
me visse. Deixei-o passar da metade do automóvel e fui por traz dele. Dei o
golpe com o machado bem na cabeça. Foi horripilante. O barulho do crânio
quebrando, o sangue espalhado por todo lado, até mesmo em mim, o cheiro
forte... horrível. Arrastei-o para um canto da garagem e o cobri com um
cobertor. Droga, eu gostava daquele cobertor.
Isso me fez
repensar em como eu ficava empolgado com filmes e séries de zumbis. A realidade
é muito mais cruel do que divertida.
Agora aquela
cena fica se repetindo em minha mente. Mas sei que fiz o certo. Para minha
própria segurança.
Nenhum comentário:
Postar um comentário