sexta-feira, 25 de maio de 2012

25 de Maio


Caralho.
Ainda estou em choque. Meu Deus, que cena horrível.
Faz poucas horas que matei pela primeira vez. Se bem que não se pode considerar homicídio, afinal de contas, aquilo já estava morto. Foi péssimo.
Sabe aquelas cenas dos filmes em que parece tão fácil e simples matar um zumbi? Bem, não é. O medo que você fica na frente de um deles, sabendo que ele quer estripar e comer você, é inigualável. É um medo que deixa você com as pernas totalmente irregulares, suas mãos tremem muito e é difícil controlar seus movimentos.
Mas precisava ser feito. Precisava ter sossego novamente.
Noite passada foi o mesmo transtorno para dormir. Quando levantei, comecei a pensar em um modo de acabar com aquilo. O plano era um pouco arriscado, mas com boas chances de dar certo.
Minha garagem não é muito grande, só cabe o carro e uma prateleira de ferramentas e utensílios que não uso mais no lado esquerdo da parede. Ali encontrei um machado, que tempos atrás, pertenceu ao meu pai para cortar lenha.
Pensei que se eu saísse, outros iriam me ver. Então só me restou uma alternativa: deixá-lo entrar. Deixei a luz ligada, peguei o controle da garagem em uma mão, o machado em outra, e me escondi atrás do carro. Apertei o botão para abrir, só o suficiente para que ele pudesse entrar e eu fechar a garagem novamente. Quando ele entrou, fui me esquivando no lado oposto do carro, sem que ele me visse. Deixei-o passar da metade do automóvel e fui por traz dele. Dei o golpe com o machado bem na cabeça. Foi horripilante. O barulho do crânio quebrando, o sangue espalhado por todo lado, até mesmo em mim, o cheiro forte... horrível. Arrastei-o para um canto da garagem e o cobri com um cobertor. Droga, eu gostava daquele cobertor.
Isso me fez repensar em como eu ficava empolgado com filmes e séries de zumbis. A realidade é muito mais cruel do que divertida.
Agora aquela cena fica se repetindo em minha mente. Mas sei que fiz o certo. Para minha própria segurança.

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