segunda-feira, 25 de junho de 2012

25 de Junho

Hoje saímos para buscar alimentos em alguma casa das redondezas.
Correu tudo bem, para surpresa de todos.
Fomos eu, meu amigo e Chrissy. Doug achou melhor ficar aqui para “cuidar” de Alicia. Nem vou comentar. Pervertido.
Saímos pela tarde e estacionamos em um posto de gasolina aqui perto, se bem que tudo é perto nesta cidade. O posto era pequeno, mas as bombas de gasolina ainda estavam cheias.
Enchemos o tanque e fomos em direção à primeira casa que aparentava ter suprimentos guardados.
Era uma casa bonita, bonita demais para aquela cidade. Era um enorme prédio branco de dois pisos com amplo gramado frontal. Passamos por ele e entramos na casa, cautelosos.
Meu amigo ficou lá fora vigiando enquanto eu e Chrissy vistoriávamos a casa em busca de alguma coisa. Fizemos a ronda e não encontramos nada, exceto as portas dos guarda-roupas abertas e algumas peças avulsas atiradas pelos quartos que foram esquecidas pela falta de tempo. Aquela família deve ter saído às pressas mesmo.
Depois de tudo verificado, corremos em direção à cozinha com as esperanças à mil. Abrimos todas as portinhas e gavetas em busca de vestígios de comida.
Nada.
Pelo menos não ali.
Quando já estávamos desanimando, vimos um pequeno quartinho escondido ao lado da enorme geladeira (a qual já estava com um péssimo cheiro por conta da falta de energia). Arrombamos a porta e ali estava.
Uma mina de ouro.
Aquele pequeno espaço reservava quilos e mais quilos de alimentos não perecíveis.
Chrissy e eu nos olhamos fixamente e em segundos abrimos um sorriso de orelha a orelha.
Ali tinha pacotes de feijão, arroz, sal, açúcar, galões de água e tudo o que precisávamos para ter uma bela vida em meio a essa triste realidade apocalíptica.
Chamamos meu amigo para invadir a grama e trazer o carro mais próximo da casa, pois havíamos achado muita coisa. Seus olhos brilharam e, num pulo, ele trouxe o carro até quase a porta, onde pudemos carregá-lo totalmente de alimentos.
De mais, não tivemos problemas sérios, apenas alguns zumbis atraídos pelo som do jipe enquanto estivemos na casa. Mas nada com que não pudéssemos cuidar com sigilo.
Pegamos também algumas panelas, pratos, talheres, fósforos, e um fogareiro que encontramos no fundo do pequeno quarto. Na pressa de sair para um ‘lugar seguro’, nem pensaram em olhar lá dentro, isso é notável, ou pegar grandes coisas daquela casa. Deveriam ter achado que era uma situação temporária. Não os culpo. Aliás, melhor para nós.
No banheiro ainda conseguimos encontrar um pequeno kit de primeiros socorros, o que foi uma benção, pois até então estávamos desprovidos de um no caso de emergências.
Aquela família (ou pessoa) estava muito bem preparada de víveres. Se não fosse loucura, eu até diria que estava preparada para um apocalipse. Deveria ser a casa de alguém influente naquela pequena cidade, pois pelo tamanho da casa e das coisas que havia nela, pobres não poderiam ser.
Voltamos para nossa pequena ‘pousada’ improvisada e avisamos Doug e Alicia de nosso feito. Os dois reluziram de alegria e nos ajudaram a descarregar. À medida que tirávamos as coisas do jipe, íamos ficando cada vez mais bobo-alegres com aquilo. Não pudemos acreditar na sorte que tivemos encontrando tudo aquilo.
A alegria nos rodeia e hoje à noite teremos comida quentinha esperando por nós.
Mal posso esperar.

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